terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Diário de Caldas - Parte 1

As férias estavam caminhando para o fim, sinceramente, o ambiente em casa não estava dos melhores para eu continuar instalado no meu quarto, aguardando o dia de voltar a rotina do trabalho, ministrando os treinamentos, embora, gosto muito do que faço.  Até que, com pouco dinheiro e com um irmão muito animado, fui até Caldas Novas (GO), cidade que a maioria dos mineiros conhecem bem, porem eu nunca havia visitado.

Saímos na sexta-feira(28/01) cedo, erramos o caminho por alguns quilômetros a mais, porem retornamos e por volta das 11:00 chegamos nessa cidade, conhecida por suas águas quentes. A busca por um hotel que o nosso bolso pudesse bancar, não foi muito fácil, pois sem conhecer a cidade, queimamos muito combustível, mas conseguimos um hotel simples que nos deixou com uma expectativa baixa, não era sujo o local, mas o colchão era de espuma, tinha até frigobar, mas uma televisão sobre o guarda roupa, de 14 polegadas, detalhe, este ficava a direita da cama, ou seja, caso escolhêssemos assistir alguma programação, teríamos sérios problemas como torcicolo, mas tinha até sacada, com duas cadeiras antigas, que serviram para secar as toalhas, admirar a paisagem de uma bela praça e conversar sobre o dia. O ventilador, pequeno, rodando em todo o tempo, sobre o frigobar, exercitando o motor para circular o ar, enfim, um hotel que não indico, pois a falta de conhecimento e busca fez com que pagássemos um preço alto, explico depois.

No mesmo dia fomos até Rio Quente, em um local nomeado de “Esplanada”, um preço acessível para entrar (R$ 15/pessoa) que oferece uma bela paisagem de águas quentes. Nesse local, pessoas de todos os tipos, confesso que ricos eram poucos, grande maioria era de classe média baixa, assim como nós e outros de classe bem baixa. Músicas de todos os estilos tocando em um ambiente destinado a camping, poucas crianças, alguns adolescentes, vários jovens desfrutando daquela felicidade momentânea, namoro, bebida, mergulho, banho de cascata, este por sinal muito relaxante. Por cerca de 3 horas, desfrutamos bem do local, pessoalmente fiquei mais quieto na cascata que caia com uma velocidade feroz nas minhas costas, desejando me levar para baixo, em outro lugar, mas sentado, deixando a “água rolar” meditei muito sobre a minha vida e tudo o que desejo desfrutar nesse ano de 2011, principalmente quando fiquei por um momento, observando o olhar de um adolescente que parecia estar intimidado com a água, aparentava ter seus 16 anos, cabelo de cor preto, com mechas loiras em tom escuro. Sua pele era morena, camisa branca, short branco com detalhes em preto, sentado em um banco, acima dessa cascata onde eu me encontrava. Mais importantes que tais características era o seu olhar vago e inquietante, talvez buscando alguém, mesmo demonstrando estar relaxado, observava a todos, creio que ansiava por respostas.  Fui encarado por esse olhar por um bom tempo, tanto que fiquei incomodado, sai da cascata, julgando que aquele garoto estivesse com outras intenções, escolhi pensamentos infernais, isso me distanciou dele, mesmo sem o conhecer, sem sequer saber o seu nome e um pouco da sua história. O julgamento talvez, me distanciou de um grande líder dessa nação, quem sabe um futuro escritor que irá impactar a minha vida um dia com suas sábias palavras, ou um simples garoto que não tinha mais sonhos, esperando uma palavra motivadora para ser alguém, fui ignorante, como na maioria das vezes.  Quando fomos embora, ele ainda estava no mesmo banco, agora, acompanhado de uma bela adolescente de pele negra, olhar delicado e palavras engraçadas, ele simplesmente ria, não olhava o seu corpo pouco vestido com interesse, apenas curtia a presença daquela bela garota.

A caminho do hotel simples, ansiava por um banho bem tomado, foi o que fiz quando chegamos. Após o banho, fomos até ao “Empório Dona Xepa”, sim é este mesmo o nome. Local não muito barato para fazer algumas compras rotineiras, aliás, como já sabíamos dos preços do HotPark, escolhemos comprar pão de forma, presunto e muçarela para fazermos belos sanduíches, primeiro para nos alimentarmos naquela noite e no dia seguinte para levarmos até a visita mais esperada...(continua).

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