terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Observações Intrigantes

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Encontrar a mulher que queira apenas ser a sua companheira e construir uma história a dois não é uma incumbência fácil, você leitora, por favor, compreenda que não é uma crítica apelativa a todas vocês, até porque sei por parte das mulheres, da imensa dificuldade de achar um homem que deseje algo além do que o seu corpo e carícias, mesmo assim, necessito prosseguir se me permite, com algumas observações.

Os meus olhares perseguem os comportamentos sociais por muito tempo, talvez um hábito desenvolvido por leituras e curiosidades, sei que gosto da prática diária de buscar compreender os vários motivos que levam, por exemplo, a disputas noturnas de quem mais usufrui dos desconhecidos corpos espalhados por toda a cidade. Nessa querela é insignificante, na maioria das vezes, o nome, os gostos, a história, o que interessa é o momento e todas as sensações que este irá propiciar a vítima e seu “agressor”. O que me prende a atenção, principalmente nessa situação, são as possíveis consequências desse ato nada heroico e antes, o que motivou tais pessoas a saírem de suas residências em busca desse tipo de prazer aproveitador e egoísta.

Peço desculpas novamente, se agrido as suas opiniões sobre tal realidade, mas realmente não concordo com esse tipo de entretenimento. A plastificação do ser humano, feita de modo nada diferente, pois se utiliza também nesse caso de “calor e pressão”, acaba desqualificando todo o conjunto e subjetividade de cada um. Estou ciente, que a culpa não é única de quem faz as vítimas, mas também destas que aceitam receber, isso, não podemos ignorar. Defendo que desqualifica, porque repito, a busca é pelo prazer que o outro pode proporcionar agora, o antes, inclusive o depois, nada disso é atraente, logo o ser humano se torna um plástico que pode ser utilizado e jogado fora. Os homens sabem muito bem agir dessa forma, pensam que assim ficam mais másculos, porem ultimamente, parece-me que as mulheres praticam de forma contínua esse ato de “ficar”, até porque, se um homem sai de casa com esse objetivo, ele corre o risco de não “pegar” ninguém, agora, caso a mulher deseje isso em uma noite, tenha a certeza, que achará qualquer um para corresponder a sua expectativa.

Aproveitando desta percepção e de várias outras no universo feminino, lembro-me sorrateiramente de um dramaturgo grego chamado Aristófanes, que em 411 A.C escreve uma peça nomeada de “A Revolução das Mulheres” (ou “Assembleia das Mulheres”), em que através de seu personagem principal, nomeado de Valentina (que significa “forte”), narra o governo das mulheres, a mudança da cidade de Atenas e a resolução do problema das mulheres feias. Obviamente uma sátira a certas teorias da época, mas não deixaria de ser uma profecia aos anos vindouros. Retornando ao que abordo, o comportamento delicado, doce, de voz suave e atitudes puras foi trocado por algo agressivo, rude, de palavras e gírias de baixo calão, houve então uma troca, mulheres se impondo, se masculinizando e homens se afeminando, preocupados mais com o corpo, tamanho do pênis, cremes, manicure do que com um melhor emprego. Atualmente existem, por exemplo, várias famílias em que o homem fica em casa e a mulher sai cedo e retorna quase no outro dia, devido há 2 empregos que possui.

O intuito não é dizer o que é certo ou errado, isso é subjetivo demais para quem vos escreve e claro, para você que lê. Acho interessante essa brusca mudança, pessoalmente, me agride como descrevi em algumas frases acima, além de ser muito diferente tal situação. O curioso é que Valentina e as outras mulheres de Aristófanes decidem tomar o poder, pois não suportam mais a incapacidade dos homens. Talvez, as princesas não mais existam em grande maioria, porque cansaram de esperar por príncipes ilusórios, vivos somente em filmes, livros e nas mentes.

(PARÊNTESE)
O culto ao corpo faz com que hoje as femininas se interessem por aquilo que a mídia intitulou como belo, sexy e atraente, assim como os homens também procuram as mulheres frutas em seus mais variados sabores. Apagando a identidade de cada um, impondo um novo conceito de correto, as mídias sociais delicadamente, faz com que sejamos sabotados a querer o que todos anseiam. Sou um homem comum, nada atraente e confesso que me sinto constrangido ao me olhar no espelho e ver uma imagem totalmente diferente do que vejo na TV, revistas e internet, parece-me que o sucesso, o poder, a ACEITAÇÃO está ligado a elas e disso temos medo, de sermos rejeitados. Por isso uma busca desenfreada pelo corpo perfeito, as dietas rigorosas, as curvas e músculos do verão, os produtos e a tecnologia, tudo por uma boa aparência. Esquecemo-nos que podemos ser rejeitados também, por aquilo que sai da nossa boca e a correção disso é a mais importante e leva muito mais tempo do que imaginamos, pois não adianta pintar parede podre com tinta fresca.

Mesmo assim, vivendo nessa realidade descrita, sei que existem exceções para tudo, há ainda mulheres que sabem do seu valor e não se prostituem com vários somente para se sentirem desejadas, assim como há homens que respeitam os sentimentos femininos, buscam compreende-los mesmo no silêncio e estão dispostos a revelarem as mulheres que o romance existe e é possível vive-lo. Sei que sou um profundo admirador de filmes românticos, principalmente daquelas histórias que o casal parecem ter nascido um para o outro, se amam profundamente e mesmo com desentendimentos, frustrações, lutam um pelo outro, buscam fazer o outro feliz, sem esperar sorrisos em troca.

Acredito piamente no amor e sei que é possível vive-lo, pois hoje, tenho o prazer de desfrutar da melhor época sentimental que tive ao longo dos meus poucos vinte e quatro anos, alguém que em pouco tempo, me entende, aceita e se envolve juntamente com as minhas limitações e imperfeições, sempre dizendo que ama tudo isso. Algo raro, aliás, encontrei a minha exceção nesse mundo e para esse tipo de amor, Fernando Pessoa diz: “...se o achar... segure-o! Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala. O mais... é nada." Assim, tenho tentado agir. 
 

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